Um pouco do que restou daquilo que desisti de ser...
E bem menos do que acreditei ter me tornado...
Em um berço frio de solidão e tristeza...
Um amor reprimido... mórbido...
Esperando por uma chance de renascimento...
Perdido nas desesperanças de um futuro...
Matando as lembranças... pareço me mutilar...
Arrancando de mim todos os momentos como se fossem membros
E me perdendo entre lágrimas e lágrimas...
O tempo pode curar tudo... mas para isso precisamos de tempo...
Mais tempo... e tempo...
A escuridão parece infestar minha alma...
E eu me sinto sem armas para defender este coração magoado...
Ferido...
E as chamas da dúvida continuam queimando
Fazem com que meus dias se tornem confusos...
As pessoas parecem inimigos...
E as noites parecem uma pausa entre um sofrimento e outro...
A dor que meu peito suporta... é insuportável.
Me sinto como apenas uma parte do que realmente fui...
Um dia descobri como ser feliz...
Sendo eu mesmo...
Mas perdi tudo que me tornei...
E o que restou foi só esse vazio...
Um vazio impreenchível...
Um vazio irreparável...
Que chamo de nada...
Que me destrói e me corrói a cada segundo...
Deixando apenas uma lástima memória...
De um passado onde realmente eu pude sorrir...
Somente memórias, nada mais..."